Artigo Produção Nacional

Osteoporose masculina

2012; Issue: 2011;10(Supl 1) Linguagem: Português

10.46833/reumatologiasp.2011.10.s1.48-54

ISSN

2675-3898

Autores

Cristiano A. F. Zerbini, Maria Guadalupe Barbosa Pippa,

Tópico(s)

Hip disorders and treatments

Resumo

Osteoporose, uma doença metabólica caracterizada por baixa massa óssea, deterioração da microarquitetura do tecido ósseo e aumento da suscetibilidade a fraturas, é comumente vista como um problema de saúde feminino. Essa visão tem fundamentos: as mulheres têm densidade mineral óssea menor que a dos homens, tem vida mais longa que os homens e perdem massa óssea mais rapidamente que os homens, principalmente após a menopausa, devido à diminuição acentuada dos níveis séricos de estrógeno. Entretanto, nos últimos 15 anos a osteoporose no homem tem sido reconhecida como um problema de saúde pública devido à ocorrência cada vez maior de fraturas por fragilidade. Cerca de 30% de todas as fraturas de quadril ocorrem em homens (1). Estudos recentes mostram que a probabilidade de ocorrer uma fratura por fragilidade do quadril, vértebra ou punho em homens caucasianos após os cinquenta anos, pelo resto de suas vidas, situa-se em torno de 13%, sendo 40% nas mulheres (2). Os homens apresentam perda de massa óssea e fraturas tardiamente em relação às mulheres. No Brasil, publicou-se estudo relativo à massa óssea em homens com idade de 50 anos ou mais demonstrando que a perda de massa óssea no colo femoral foi significativamente maior com idade de 70 a 79 anos (3). Após os 50 anos de idade as fraturas por osteoporose são duas a três vezes mais comuns em mulheres que em homens. Com o avançar da idade as fraturas de quadril se tornam mais frequentes, aproximando a incidência entre os dois sexos. Dos 85 aos 89 anos essas fraturas compõem cerca de 33% de todas as fraturas por fragilidade no homem e 36% nas mulheres. Embora homens mais idosos tenham maior risco de fratura, cerca de metade das fraturas de quadril ocorrem antes dos 80 anos de idade (4). A expectativa de vida está aumentando para ambos os sexos no Brasil e em todo o mundo, porém em uma velocidade maior para homens que para mulheres. Dados recentes mostram que o Brasil tem 11.422 idosos com mais de cem anos de idade. Desse total, 7.950 são mulheres e 3.472 são homens (5). Em 2000, estimou-se a ocorrência de 424 mil fraturas de quadril em homens em todo mundo e para 2025 projeta-se a ocorrência de 800 mil, o que representa um incremento de 89% em 25 anos (1). A morbidade e a mortalidade associadas a fraturas de quadril e vértebra parecem ser maiores no homem que na mulher, o que pode estar associado à maior presença de comorbidades e menor expectativa de vida no homem. Mais homens morrem após o primeiro ano da fratura de quadril que mulheres (6).

Referência(s)
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