Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Uma análise crítica sobre a reconstrução da trajetória histórica da Sociologia na educação básica: investigando o chamado período de exclusão

2020; UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS; Volume: 56; Issue: 1 Linguagem: Português

10.4013/csu.2020.56.1.04

ISSN

2177-6229

Autores

Alexandre Barbosa Fraga,

Tópico(s)

Sociology and Education in Brazil

Resumo

Entre as muitas formas pelas quais a trajetória histórica da Sociologia como disciplina da educação básica no Brasil pode ser reconstruída, uma delas é por meio das reformas educacionais e das mudanças na legislação, demarcando quatro grandes períodos: a institucionalização (1890-1941), a exclusão (1942-1981), a reinserção gradativa (1982-2007) e o retorno obrigatório (2008-2017). Todavia, apesar de sua importância, há na literatura científica uma crítica à reconstrução da trajetória dessa disciplina pelos marcos legais: a de que ela é limitada e superficial. Em resposta a isso, pesquisas mais recentes vêm buscando analisar de maneira mais complexa esse percurso. No entanto, mesmo elas pouco estudaram a segunda metade dos anos 1940 e as décadas de 1950, 1960 e 1970, uma vez que a adesão irrestrita aos marcos legais acabou levando a não se buscar, com exceção do curso normal, Sociologia na educação básica entre 1942 e 1981. Sendo assim, o objetivo deste artigo é, por meio de um estudo de caso, comprovar a existência de ensino de Sociologia no período considerado de exclusão. Para isso, pesquisar-se-á um curso de Madureza Ginasial produzido pela TV Cultura de São Paulo e transmitido entre 1969 e 1970. Nessas teleaulas, a Sociologia esteve presente ativamente na parte de “Ciências Humanas”, a qual foi preparada com a participação de professores da USP. Portanto, os resultados da pesquisa apontam para a potencialidade de se procurar Sociologia no chamado período de exclusão, desde que se tenha como base uma visão mais ampla de currículo, para além dos marcos legais e da divisão em disciplinas, mobilizando, assim, diferentes agentes e campos envolvidos na recontextualização do conhecimento, conforme teorizado pelo sociólogo Basil Bernstein.Palavras-chave: história da Sociologia; currículo; educação básica; anos 1960 e 1970.

Referência(s)