Artigo Revisado por pares

Homeless

2007; Johns Hopkins University Press; Volume: 30; Issue: 2 Linguagem: Português

10.1353/cal.2007.0178

ISSN

1080-6512

Autores

Edimilson de Almeida Pereira,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

Homeless Edimilson de Almeida Pereira Cartografia I o cultivo no mar é devoração : a cada movimento de escuna um fruto se desgasta para intuir a empresa que dirige esse campo é urgente revolvê-lo desde a medula —à superfície o rascunho dos embates revela muito & pouco sobre o inferno submerso a palavra-sonar traz à tona o espólio que, um dia corpo, atravessou o próprio meridiano : para esse o esquecimento e a sede como sinais [End Page 449] ou nomes em outra sintaxe figurados Manhã : antes que o fisgo anuncie a tartaruga reagimos à exigência do barco ainda se escuta o ranger da árvore-mãe, o crepitar sob os machados —estávamos cegos de frio e receosos da agressão que os deuses fariam explodir do lodo ao longe, porém, via-se o barco não os fungos e o armazém de insetos atacamos cientes de que a árvore nos restituiria o ferro de embaraçar a caça o tronco aguilhoado arrastou meditações da flora farpas que desequilibram a proa daí a guerra para tirar o fisgo levar à praia os homens e não morrer na tartaruga que matamos —estávamos cegos, diz o timoneiro éramos da terra, naquele dia [End Page 450] agora o mar nos caleja o fígado Colisão o interesse dá sinais de uma ilha onde as vontades aportam para a separação : a máquina despedaça os ânimos o que entalhamos na árvore abdicou de seu êxito (não fomos rendidos pela espreita?) mas certa linguagem redimiu-nos o barco que se impôs à orquídea trepida antes de esmorecer não sabe se morrem em si o mar e o continente : a máquina não distingue mutilação fustiga a tartaruga e o fêmur de quem a raptou a voragem muda de fábrica também os ofícios & rendimentos as regras & mercadorias os contratos & palavras [End Page 451] a máquina não se prende ao porto nem aceita a convenção das cartas território em si mesma já não devora os escalpos : a máquina em nova política, administra Navio : a máquina são várias como os seus nomes alianças & cálculos : a que ora se apresenta é um útero às avessas um feto trocado por fumo e aguardente bóia alheio ao mercado há quem o destine à roça quem o excite para a fuga nos porões da máquina vegeta contrário ao que era a máquina mesma pouco revela de si —navega por que prêmios sua rota vale a pena? [End Page 452] quanto mais se lava maior custo gera em seus lucros : a máquina se expande a golpes e cólicas a cada ângulo um zero ressecando as costas um piercing em acusação às idéias a máquina se ilustra de anfíbios mas não explica suas divergências (ventre de morte, país de muitas línguas) o exílio é um saldo na linguagem o que resta do mar se mistura à saliva no convés tudo comunica o parcial desembarque (uma vez em curso aportar é a passagem) os que estiveram na máquina trazem-na em quebra-cabeças : são várias [End Page 453] e fendem na página a migração da sintaxe Linguae o mundo parece outra figura se aceitamos o verbo sem contrário mas se o vivido dispara o míssil das perguntas? cabemos no idioma a que não se ajusta o país de húmus? esse idioma percorre os artelhos do que falamos? : eu memo é cariocanga (i circle the namelessbody) : eu memo é capicovite (glasses are shining i know nothing catch nothing) : eu memo é candandumba [End Page 454] serena (but it is silence offered up the ring) la pierre de notre origine s'aniquile mais je suis un autre avec ma parfaite hallucination a pronunciar uma nova espessura àtòrì àtòrì bá organiz mi e to a iyè minha tèmi própria...

Referência(s)
Altmetric
PlumX