Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Enfrentamentos à bandeira nacional a partir do cinema brasileiro contemporâneo

2022; UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE; Volume: 16; Issue: 2 Linguagem: Português

10.22409/rmc.v16i2.53211

ISSN

2178-602X

Autores

Ana Caroline de Almeida,

Tópico(s)

Brazilian cultural history and politics

Resumo

Durante a década de 2010, de todos os símbolos nacionais brasileiros - entre eles o hino e a camisa canarinho da seleção de futebol - foi possivelmente o da bandeira verde e amarela a que mais sofreu oscilações no que diz respeito à sua relação afetiva com a ideia de identidade nacional. As turbulências políticas que afetaram o país particularmente após as chamadas Jornadas de Junho de 2013 fizeram com que esse objeto fosse ressignificado, sendo gradativamente mais associado a forças conservadoras. Nesse período, o cinema brasileiro independente catalisou o desconforto do pensamento crítico com o uso e a apropriação desse símbolo que, tal como várias outras bandeiras e hinos, foram criados para forjar identidades nacionais durante a passagem de governos monárquicos para republicanos. A partir de quatro filmes – Branco sai preto fica (2014), de Adirley Queirós, No coração do mundo (2019), de Maurílio Martins e Gabriel Martins, Divino amor (2019), de Gabriel Mascaro e Martírio (2016), de Vincent Carelli, Ernesto de Carvalho e Tita – se pretende observar de que forma, quando colocada como uma imagem de fundo, quase imperceptível, porém sempre notada, a figuração da bandeira brasileira produz evidências contra si mesma, no sentido de surgir em cena como enfrentamento direto ao seu discurso oficial.

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