Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

bagunça transcendente

2022; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS; Volume: 31; Issue: 1 Linguagem: Português

10.17851/2358-9787.31.1.134-160

ISSN

2358-9787

Autores

Wesley Thales de Almeida Rocha,

Tópico(s)

Linguistics and Education Research

Resumo

Este trabalho discute como a dispersão e a desarticulação marcam a poesia de Murilo Mendes, fazendo-se aspecto constitutivo da subjetividade em expressão e da forma poética dos textos. A análise percorre composições do livro Poemas (1930), destacando o forte senso de tensão que nelas domina, na expressão dos dilaceramentos diversos que aplacam o sujeito lírico. Essa forma de expressão tem em sua base um lirismo convulso, que manifesta um eu em transe, num movimento constante e intenso para “fora de si”, conforme desvelado por Michel Collot em sua teoria; e essa expressão supõe um trabalho com a linguagem e a forma poética também pautado na movimentação convulsiva, em um processo mimético que Luiz Costa Lima denominou de “representação-efeito”. Analisando esses elementos no poema “Mapa”, destrinçamos aspectos fundamentais do processo criativo de Murilo Mendes, evidenciando o poder de expressão da “bagunça transcendente” que, como ele mesmo dizia, promove em sua poesia.

Referência(s)