Artigo Acesso aberto Produção Nacional

oikeiosis e justiça social

2022; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 11; Issue: 1 Linguagem: Português

10.12957/ek.2022.59317

ISSN

2316-4786

Autores

Fernando Fontoura,

Tópico(s)

Philosophical Ethics and Theory

Resumo

Nos dias hoje, temos uma herança muito forte das concepções de indivíduo que advêm do romantismo, onde o subjetivismo toma corpo e a condição individual se descola da questão social, inclusive a contrapondo como barreira para o desenvolvimento da condição humana individual. A partir do romantismo a afirmação do indivíduo (e de sua expressividade “autêntica”) se dá em função de uma fundamentação de si mesmo, da sua relação com seu estilo de vida, tornando-se, assim, uma questão estética individualizada. Abre-se mão do fundo estruturante do social, do cosmos. Com o passar do tempo, até a contemporaneidade, no máximo, essa estética de si se dá dentro de uma tribo, um núcleo normativo/axiológico/estético/sentimental restrito. Então, como pensar a implicação de uma justiça em um mundo onde o indivíduo se coloca acima ou além (ou aquém) de qualquer questão social mais ampla? Para tanto, incluiremos neste artigo o termo estoico oikeiōsis (οἰκείωσις), um conceito fundamental da ética dessa escola na qual, à qual, em sua derivação, leva ao conceito de justiça no estoicismo. No século I d.C, nos fragmentos de Hiérocles, a oikeiōsis tem sua concepção social mais desenvolvida. A oikeiōsis tem um caráter duplo, tanto de desenvolvimento de uma ética de si quanto o da justiça social no sentido de implicação do indivíduo em um cosmos e seu papel nele. Portanto, neste artigo, vamos tentar explorar como fazer uma relação desse conceito com a questão da justiça social nos dias de hoje.

Referência(s)