Artigo Acesso aberto Produção Nacional

COGNIÇÃO SOCIAL A PARTIR DA TEORIA DE SITUAÇÕES: EM DIREÇÃO A UMA ABORDAGEM INTEGRADA

2022; Volume: 1; Issue: 45 Linguagem: Português

10.13102/ideac.v1i45.7513

ISSN

2359-6384

Autores

Daniel De Luca-Noronha,

Tópico(s)

Competitive and Knowledge Intelligence

Resumo

Os principais objetivos do artigo são (i) explorar a flexibilidade e a eficiência na cognição social e (ii) argumentar que esses conceitos estão em uma relação de complementaridade. Uma motivação central do artigo é que o debate contemporâneo neste domínio, que opõe mentalistas e interacionistas, leva-nos a escolher entre duas alternativas igualmente insatisfatórias: privilegiar a flexibilidade em detrimento da eficiência (mentalismo), ou privilegiar a eficiência em detrimento da flexibilidade (interacionismo). Entretanto, flexibilidade e eficiência são desiderata imprescindíveis da explicação da cognição social. No que diz respeito à flexibilidade, os agentes são sensíveis ao fato de que diferentes estados mentais podem explicar/causar um mesmo comportamento e, inversamente, diferentes movimentos corporais podem ser explicados/causados por um mesmo estado mental. Entretanto, o problema é que as teorias mentalistas estão comprometidas com uma noção de flexibilidade muito carregada do ponto de vista cognitivo. Com efeito, além de flexível, a compreensão mútua é eficiente: contrariamente ao mentalismo, teorias recentes da cognição social baseadas no paradigma da cognição estendida, como a teoria interacionista, procuram fornecer uma imagem da cognição social que faça justiça à eficiência. Entretanto, o problema aqui é que esse movimento de enfatizar a eficiência pode perder de vista a flexibilidade. Em face disto, o artigo apresenta uma alternativa que leva em conta as relações dinâmicas entre flexibilidade e eficiência. A partir da Teoria de Situações, procura-se mostrar que as capacidades que caracterizam a flexibilidade são parcialmente dependentes do nosso engajamento em episódios comuns de interação, e que, inversamente, as capacidades que caracterizam a eficiência não gerariam a estabilidade das interações sem a relação com capacidades flexíveis.

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