Artigo Acesso aberto Revisado por pares

As singularidades da Sala Chineza no Palácio da Ajuda: contextualização histórica e contributos para a sua museografia

2022; University of Évora; Issue: 14 Linguagem: Português

10.4000/midas.3197

ISSN

2182-9543

Autores

António Cota Fevereiro,

Tópico(s)

Travel Writing and Literature

Resumo

O objectivo deste artigo é o de trazer ao conhecimento a contextualização e as influências que levaram à concepção da Sala Chineza (c. 1865), no Palácio da Ajuda, em Lisboa. O estudo baseia-se em fontes de arquivo e em bibliografia, complementado com uma análise comparativa a exemplos coevos. Conclui-se que a criação da Sala Chineza vem na tradição palaciana deste tipo de salas temáticas para a exibição de peças orientais consideradas de valor. O seu revestimento total em tecido simula uma tenda, mas a forma como foi aplicado coincidiu com a tendência de cobrir integralmente os espaços interiores. Relativamente à disposição do mobiliário e das peças decorativas foi uma forma de perpetuar as ofertas diplomáticas enviadas em 1862 e em 1864 pelo então Xógum do Japão ao Rei de Portugal. Estas características contribuem para a singularidade e para a originalidade da Sala Chineza. De acordo com a investigação encetada, este parece ser o único exemplo em que tal aconteceu e coincide cronologicamente com a abertura do Japão ao mundo ocidental em meados do século XIX, o que originou uma série de acordos e visitas diplomáticas a vários países ocidentais. A contextualização histórica realizada sobre a Sala Chineza contribui para aprofundar o seu estudo, possibilitando a fundamentação de futuras intervenções museográficas.

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