Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

ENTRE A HISTÓRIA E A MEMÓRIA

2022; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ; Issue: 59 Linguagem: Português

10.4025/notandum.vi59.61303

ISSN

2763-5899

Autores

Cleusa Teixeira de Sousa,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

A trama histórica ganha forma por meio de fatos reais que se encontram nos registros de memórias de uma dada época e sociedade. Embora, a força da ficção resida em dar um olhar diferenciado e mais atrativo ao real. Assim, a intenção que mobilizou a escrita que ora lhes apresento, está contida na obra de ficção: O último cabalista de Lisboa, de um estudioso dos sefarditas, Richard Zimler que não se furtou em redigir um romance aludindo críticas e denúncias a esse evento trágico em terras lusas, ocorrido na primeira década do século XVI. O qual, merece melhor análise por parte da historiografia local vigente. A qual tende a silenciar suas marcas, dada a sua brutalidade para com os judeus e cristãos-novos em tempos de pandemia. O objetivo central desta pesquisa consiste em trazer à tona a capacidade da ficção de denunciar atrocidades, mas ao mesmo tempo, içar a amplitude do peso negativo que esses acontecimentos carregam consigo. Pois, é na tessitura da ficção que, torna-se possível criar mecanismos de enunciação em que se consegue dar voz aos personagens emudecidos ou silenciados pelos detentores de poderes (econômicos, sociais e políticos) que não querem ver seus interesses abalados e, por consequência, sustentam os jogos dos imaginários sociais e do esquecimento, buscando mascarar certos eventos. Assim, destacaremos esse fato de 1506, de modo a identificar os traumas e as violências a que os cristãos-novos foram submetidos no cenário de horrores que foi o Massacre de Lisboa em tempos de pestilência em Portugal.

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