
Entre a realidade e o absurdo
2022; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS); Volume: 15; Issue: 1 Linguagem: Português
10.15448/1983-4276.2022.1.42974
ISSN1983-4276
AutoresNatália Kanashiro de Medeiras,
Tópico(s)Psychology and Mental Health
ResumoEste artigo tem como objetivo identificar alguns aspectos críticos, representados por meio do topos do mundo às avessas, em As intermitências da morte, de José Saramago. A narrativa do romance apresenta um fato inusitado: o desaparecimento da morte. Diante deste acontecimento absurdo, as personagens apresentam um estado enérgico e eufórico com a perspectiva de viverem na eternidade, entretanto, é neste momento que as expectativas narradas na obra são fraturadas, visto que se depararam com a continuidade dos aspectos problemáticos inerentes ao ser humano: a velhice, a doença, a omissão das instituições e, por último, o caráter narcísico do homem. Em consideração a isso, a realização da análise literária deste estudo foi subsidiada pelo diálogo teórico com os autores: Ariès (2012), Becker (1973), Bloom (2005), Berman (1986), Berrini (1998), Calbucci (1999), Gerth (1977), Hodgart (1969), Huizinga (2015) e Soethe (1998). Em suma, a investigação deste estudo sugere como resultado a utilização de recursos particularmente expressivos, como o mundo às avessas, para os comentários críticos na construção da narrativa saramaguiana, com vistas a realizar denúncias sociais.
Referência(s)