
“Tortura que não acaba”: análise do sofrimento de mães de jovens assassinados em Fortaleza
2022; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 33; Linguagem: Português
10.1590/0103-6564e210142
ISSN1678-5177
AutoresJéssica Silva Rodrigues, João Paulo Pereira Barros, Luís Fernando de Souza Benicio, Carla Jéssica de Araújo Gomes,
Tópico(s)Intimate Partner and Family Violence
ResumoResumo Este artigo pretende analisar, a partir de um prisma interseccional, o sofrimento psicossocial de mães de jovens assassinados nas dinâmicas da violência em territórios periféricos de Fortaleza, no Ceará. As reflexões são oriundas de uma pesquisa-intervenção, que, ao tomar a interseccionalidade como conceito-chave, permite-nos acompanhar realidades vividas de mulheres sem incorrer em uma despolitização e individualização de seus sofrimentos. O trabalho buscou articulações de estudos da Psicologia Social com autoras dos feminismos e de áreas afins que tratam sobre violências, mulheres negras e interseccionalidades. Os dados foram produzidos por entrevistas e observações de mobilizações sociais. A seção de resultados e discussão chama a atenção para: (1) processos de culpabilização e sua relação com classe, raça e gênero, em que as mortes dos filhos são indutoras de maior precarização nas vidas dessas mulheres; e (2) medo, isolamento, solidão e silenciamento atuantes no sofrimento psicossocial, produzindo novas formas de sociabilidade.
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