
“O Carlos teve azar, foi o primeiro da lista”: reflexões sobre a repressão em Moçambique a partir da relação entre mídia e rap
2022; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO; Volume: 47; Linguagem: Português
10.1590/1982-2553202254436
ISSN1982-2553
AutoresFrancisco Carlos Guerra de Mendonça Júnior,
Tópico(s)Race, Identity, and Education in Brazil
ResumoResumo Este artigo analisa a repressão no cenário de Moçambique, país de língua oficial portuguesa, localizado na África Austral, tendo como objeto de estudo a relação entre a mídia e a música rap. O artigo apresenta o papel do rap como ferramenta contra-hegemônica e folkcomunicacional, que se contrapõe aos interesses das elites políticas globais e discute temas não debatidos na mídia. O trabalho também analisa o controle da mídia em Moçambique, discutindo aspectos históricos e suas configurações na atualidade. A partir disso, mostra casos de censura a músicas que contrapõem a história oficial e questionam o sistema político. As músicas analisadas são País da Marrabenta, de 2002, e As Mentiras da Verdade, de 2006, que foram censuradas pela Rádio Cidade de Maputo, de ordem estatal. Além de questionar problemas sociais, essas músicas põem em questão a possibilidade de haver a participação de dirigentes da Frelimo, partido no poder, na morte do primeiro presidente do país, Samora Machel, no ano de 1986, e no assassinato do jornalista investigativo Carlos Cardoso, ocorrido em 2000.
Referência(s)