Artigo Acesso aberto Produção Nacional

“TU AS ESCREVERÁS NOS UMBRAIS DA TUA CASA, E NOS TEUS PORTÕES” (Dt 6,9)

2021; Volume: 12; Issue: 31 Linguagem: Português

10.25247/paralellus.2021.v12n31.p719-734

ISSN

2178-8162

Autores

Valmor da Silva, Rosemary Francisca Neves Silva, Maria Ciurinha Pereira dos Santos,

Tópico(s)

Archaeology and Historical Studies

Resumo

O artigo apresenta as transformações da palavra hebraica mezuzá, ao longo da história. Em seu contexto original, o termo se refere aos umbrais da porta de casa, que pode compreender a trave superior, ou os dois postes que ladeiam a porta. O texto bíblico ordena escrever as palavras de Deus nas mezuzot, isto é, nos batentes da porta de casa, além de mandar escrever nos portões das cidades (Dt 6,9). A ordem soa, no contexto, como uma metáfora da escuta atenta da palavra, para internalizar o mandamento divino e para mantê-lo sempre à vista (Dt 6,4-9). Seguindo uma prática comum no antigo Oriente Próximo, passou-se a executar essa ordem literalmente, gravando as palavras na pedra ou na madeira dos umbrais das portas. Com o passar do tempo, provavelmente no período da perseguição selêucida, as palavras passaram a ser escritas em pergaminhos, enrolados em pequenas caixas tubulares e afixados à ombreira da porta, de maneira semelhante ao que aconteceu com os tefillin. A palavra mezuzá passou a designar, então, o cilindro que contém os rolos de pergaminho com escritas bíblicas e com o nome divino Shadday. Com isso, a mezuzá tornou-se um símbolo religioso e objeto de devoção, com adição de significados que essa realidade representa.

Referência(s)