
TEMPOS DE PANDEMIA: DESAFIOS DA PESQUISA E DAS MANIFESTAÇÕES CULTURAIS
2021; Volume: 10; Issue: 2 Linguagem: Português
10.26694/equador.v10i2.12788
ISSN2317-3491
AutoresLetícia De Matos Dias, Edevaldo Aparecido Souza,
Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoEste trabalho discorre sobre as manifestações culturais da Folia de Reis em São José dos Quatro Marcos/MT e a Dança do Congo em Vila Bela da Santíssima Trindade/MT em tempos de pandemia. O objetivo é compreender sinteticamente algumas mudanças das manifestações culturais, no atual contexto de pandemia global do Covid-19. Ressalta-se que este trabalho é parte integrante de uma dissertação intitulada “Práticas culturais e identidades coletivas na Folia de Reis em São José dos Quatro Marcos e na Dança do Congo em Vila Bela da Santíssima Trindade, em Mato Grosso”, de onde advém a metodologia e o arcabouço teórico. A Folia de Reis e a Dança do Congo são manifestações culturais que permeiam o processo histórico de formação brasileira, bem como a organização sociocultural do espaço. Assim, a metodologia consiste na observação participante, valorizando a experiência, o sujeito e seus sentimentos, trabalhando inclusive com a subjetividade e informalidade nas formas de interação. Tal proposta metodológica contrasta com o contexto pandêmico da atualidade, trazendo algumas contenções relativas à realização do trabalho de campo, tendo em vista que as práticas culturais se incluem nas novas regras sanitárias. Os resultados obtidos evidenciaram a importância da Folia de Reis e da Dança do Congo em seus respectivos lugares de vivência, como manifestações e um ato de resistência no meio social, em processo de ressignificação, impondo uma constante relação entre memória e rememoração. As mudanças mais drásticas ocorrem na ruptura das representações presenciais, fazendo com que os saberes e práticas se tornem uma memória virtual, por vezes partilhada em redes sociais e streaming. Quando nos referimos de modo específico às práticas culturais deste estudo, notou-se uma constante nostalgia e reorganização dos espaços em torno de uma divindade. Por conseguinte, a memória, a formação de uma lembrança em relação aos seus grupos de referência é o que permanece, resiste e persiste nos tempos tão incertos, onde a fé “é um esteio, e esperança em dias melhores
Referência(s)