Infecção na derivação ventriculoperitoneal: síntese das principais evidências clínicas
2021; Volume: 7; Issue: 2 Linguagem: Português
10.37497/ijhmreview.v7i2.247
ISSN2526-1606
AutoresRenan Binatti da Silva, Messias Eduardo da Silva, Antonio da Rocha Formiga Neto, Carlos Tadeu Parisi de Oliveira, Paulo Luciano Queiroz,
Tópico(s)Fetal and Pediatric Neurological Disorders
ResumoIntrodução: A derivação (shunt) ventrículo peritoneal (SVP), responsável pela drenagem liquórica do ventrículo ao peritônio, alterou a história da hidrocefalia, com importante diminuição na mortalidade por essa doença. Entretanto, a infecção é a complicação mais prevalente, com taxas mundiais que chegam a 30%, resultando em grande morbidade. Objetivo: Realizar uma revisão da literatura dos ensaios clínicos relacionados à infecção na derivação ventriculoperitoneal. Método: A base de dados escolhida para seleção dos trabalhos foi a PUBMED, e a estratégia de busca utilizada foi a seguinte: "ventriculoperitoneal shunt"[title] AND infection[title] AND hydrocep*[title]. Resultados e Discussão: Foram identificados 9 trabalhos que atenderam a estratégia de busca pré-estabelecida. Notou-se que sexo, idade e etiologia da hidrocefalia se correlacionariam de forma significativa e independente com a incidência de infecção em pacientes tratados com SVP. Em crianças, o shunt ventrículo-subgaleal (VSGS) mostrou-se superior à punção ventricular. Sobre os riscos de infecção na SVP, pacientes com infecção de shunt prévia, bem como aqueles com shunts associados a mielomeningocele, diabetes, infecção de pele, hidrocefalia em indivíduos acamados e cirurgia modificada para hidrocefalia apresentariam maior risco de infecção. Os resultados indicaram que os pacientes com hidrocefalia obstrutiva congênita poderiam ser menos propensos a infecções. Ainda, a meningite criptocócica subdiagnosticada poderia resultar em uma infecção complicada do SVP, incluindo pseudocisto infectado. Por fim, como ferramentas para o auxílio do diagnóstico, duas opções foram citadas. Primeiro, o uso de redes neurais artificiais para prever infecção periférica e fatores de risco em crianças com hidrocefalia, e em segundo plano, o uso da tomografia computadorizada por emissão de pósitrons (PET CT) para o diagnóstico por imagem da infecção. Conclusão: A infecção mostrou-se como a complicação mais grave após SVP, estando associada à idade, diabetes, infecção prévia, infecção de pele, mielomeningocele, e ao fato de estar acamado.
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