
Democracia racial, corrupção e patrimonialismo nas raízes da imaginação nacional bolsonarista
2022; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 21; Issue: 1 Linguagem: Português
10.12957/intellectus.2022.65086
ISSN1676-7640
AutoresCairo de Souza Barbosa, Gabriel Felipe Oliveira De Mello, Renan Siqueira Moraes,
Tópico(s)Brazilian cultural history and politics
ResumoEste artigo traça alguns contornos da imaginação nacional bolsonarista a partir de um caso motivador: um crime ocorrido no sul do Brasil no final de 2020. Para tanto, analisamos alguns discursos do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e de membros significativos do seu governo, como Hamilton Mourão e Sérgio Camargo, em reação à acusação da opinião pública de que o assassinato de um homem negro por dois seguranças de um supermercado em Porto Alegre teria sido motivado por racismo. Partimos do princípio de que a semântica contida nesses discursos tem lastro nas reflexões históricas do pensamento político e social brasileiro. Em sua diversidade, a narrativa construída pela ideologia bolsonarista em reação ao episódio da morte de “Beto” apresenta o artifício de recuperar algumas formas de representação do passado brasileiro, em especial ao atualizar o mito da democracia racial e ao dar centralidade à problemática da corrupção como “verdadeiro problema nacional”. Nossa hipótese é que a apropriação dessas tópicas acaba solidificando determinada forma de imaginação política do Brasil, que tanto implica uma adesão social ao discurso bolsonarista quanto estimula determinadas formas de ação de grupos e sujeitos na realidade prática.
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