Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Na corda bamba: arte circense e desigualdade pelas ruas de uma Porto “não tão’’ Alegre

2021; Volume: 6; Issue: 2 Linguagem: Português

10.29327/217579.6.2-13

ISSN

2446-8371

Autores

Gabriel Sager Rodrigues,

Tópico(s)

Urban and sociocultural dynamics

Resumo

O ensaio fotográfico que se segue tenta, através do espectro imagético, trazer certa visibilidade para um núcleo de três artistas de rua na Avenida Ipiranga em Porto Alegre/RS, que por meio de intervenções diárias acaba por ocupar a rua e ressignificá-la em sentidos extremamente densos e sensíveis. A atuação trazida pela prática da cultura circense, ligada ao malabarismo, gera uma enorme discussão: ela deve, ou não, ser considerada como arte? Esse questionamento surge, principalmente, pois tal espectro percorre um universo imenso de significados e significantes, muito abstrato em sua definição. Pode-se antes conceber que a chegada do malabarista ao semáforo é um imenso processo, no qual é necessário muito treino, perseverança, força e energia tanto física, quanto mental e emocional. As condições e vulnerabilidades nas quais essas pessoas estão inseridas, na tal selva de concreto, revelam situações extremamente complicadas, essencialmente, pela grande marginalização, exposição e falta de apoio e auxílio que sofrem - isso quando não a completa invisibilidade social e nula sensibilização junto ao desprezo por esses artistas de rua, como vários se definem. Por fim, em tal universo podemos conceber a grande analogia circo-rua, junto ao papel simbólico de público e artista, que traz a rua como o palco principal, a qual gera inúmeras problemáticas sociais, tendo por fim a efemeridade e desigualdade em sua raiz existencial.

Referência(s)