
Na corda bamba: arte circense e desigualdade pelas ruas de uma Porto “não tão’’ Alegre
2021; Volume: 6; Issue: 2 Linguagem: Português
10.29327/217579.6.2-13
ISSN2446-8371
Autores Tópico(s)Urban and sociocultural dynamics
ResumoO ensaio fotográfico que se segue tenta, através do espectro imagético, trazer certa visibilidade para um núcleo de três artistas de rua na Avenida Ipiranga em Porto Alegre/RS, que por meio de intervenções diárias acaba por ocupar a rua e ressignificá-la em sentidos extremamente densos e sensíveis. A atuação trazida pela prática da cultura circense, ligada ao malabarismo, gera uma enorme discussão: ela deve, ou não, ser considerada como arte? Esse questionamento surge, principalmente, pois tal espectro percorre um universo imenso de significados e significantes, muito abstrato em sua definição. Pode-se antes conceber que a chegada do malabarista ao semáforo é um imenso processo, no qual é necessário muito treino, perseverança, força e energia tanto física, quanto mental e emocional. As condições e vulnerabilidades nas quais essas pessoas estão inseridas, na tal selva de concreto, revelam situações extremamente complicadas, essencialmente, pela grande marginalização, exposição e falta de apoio e auxílio que sofrem - isso quando não a completa invisibilidade social e nula sensibilização junto ao desprezo por esses artistas de rua, como vários se definem. Por fim, em tal universo podemos conceber a grande analogia circo-rua, junto ao papel simbólico de público e artista, que traz a rua como o palco principal, a qual gera inúmeras problemáticas sociais, tendo por fim a efemeridade e desigualdade em sua raiz existencial.
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