
O design sensível do livro
2018; Issue: 121 Linguagem: Português
10.25965/as.6070
ISSN2270-4957
Autores Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
Resumo1. O inteligível e o sensível na experiência de leitura Desde os primeiros anúncios dos suportes digitais de leitura, como os tablets ou e-readers, até a popularização das práticas de leitura por eles possibilitadas, instaurou-se uma discussão pública sobre as diferenças de produção de sentido entre os livros impressos e os meios de leitura digitais. Tornou-se comum escutar das pessoas, quando questionadas sobre seus hábitos de leitura, que preferem os livros impressos por “seu cheiro”, por “sua textura” ou mesmo pela percepção tátil da passagem das páginas. Para além desses aspectos estésicos — ligados à nossa condição de sentir a consistência do mundo que nos cerca —, há também aqueles leitores que afirmam um ganho em certos aspectos pragmáticos na sua escolha pelos volumes físicos : sentem um maior conforto visual, podem descansar a vista ao longo da leitura e, na tomada de vista global do texto impresso, conseguem mais facilmente buscar uma página determinada, passar mais rapidamente de uma página a outra etc. Se esse discurso que valoriza a materialidade e a plasticidade do livro impresso tornou-se recorrente é porque tais traços sensíveis não são dessemantizados mas, ao contrário, atuam diretamente no processo de produção de sentido da prática de leitura. A escolha de um determinado formato, de um tipo de papel com uma densidade e uma textura específicas, um certo processo de impressão, uma família tipográfica, margens, ilustrações, acabamentos, modos de encadernação et
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