
Muito além da Floresta: entrevista com Márcia Wayna Kambeba
2022; UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE; Volume: 11; Issue: 2 Linguagem: Português
10.35572/rlr.v11i2.2412
ISSN2317-2347
AutoresMaria José Pereira da Silva, Eliane Cristina Testa,
Tópico(s)Urban Development and Societal Issues
ResumoMárcia Vieira da Silva (Márcia Wayna Kambeba) nasceu em 1979 na aldeia Ticuna, é indígena da etnia Omágua/Kambeba do Alto do Solimões - AM, onde viveu até os oito anos de idade, quando se mudou com sua família para São Paulo de Olivença. Mora hoje em Belém - PA. Em sua formação acadêmica, é Graduada em Geografia, pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA, 2006), Especialista em Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável, pela Faculdade Salesiana Dom Bosco (2009) e Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM, 2012), com a pesquisa sobre o território e identidade da sua etnia. Atualmente é Doutoranda em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal do Pará (UFPA/Belém).Possui experiência em educação de jovens e adultos, é professora colaboradora da UEPA na formação acadêmica intercultural de professores indígenas em aldeia e também na área de comunicação - locução de rádio. É escritora de literatura indígena e ambiental e possui três livros publicados: Ay kakyri Tama - Eu moro na cidade (2013), O lugar do Saber e Saberes da Floresta (2020) e Kumiça Jenó: narrativas poéticas dos seres da floresta (2021).Escritora, poeta, compositora, atriz, fotógrafa e ativista, sua poesia mostra semelhanças com a literatura de cordel e reflete a violência contra os povos indígenas e os conflitos trazidos pela vida na cidade. Márcia considera que as pessoas ainda não entendem a questão entre o ser indígena e a relação com a cidade, pois este tem direito à cidade. Sua luta é para que se entenda o bem viver pela perspectiva dos povos indígenas, a questão da memória, da identidade, da cultura e da ancestralidade.Márcia percorre todo o Brasil e a América Latina com seu trabalho autoral, discutindo a importância da cultura dos povos indígenas, em uma luta descolonizadora que chama para um pensar crítico-reflexivo sobre o lugar atual dos povos originários sul-americanos. Usa a arte para fazer ativismo. Atualmente é Ouvidora Geral do Município de Belém-PA. Em 2020 entrou para a AILB (Academia Internacional de Literatura Brasileira) nos EUA e é membro da Academia Formiguense de Letras (AFL), em Formiga-MG.
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