
O guarda-chuva e a máquina de escrever: as artes negras como phármakon da Europa
2022; Volume: 3; Issue: 5 Linguagem: Português
10.46652/resistances.v3i5.86
ISSN2737-6222
Autores Tópico(s)Cultural Identity and Heritage
ResumoQuando Édouard Manet pintou entre 1862 e 1863 a obra Le Déjeuner sur l’herbe e a expôs no Salão dos Recusados em 1863, a sensualidade da mulher nua sentada ao lado de dois homens, vestidos à moda da época, provocou grande escândalo na sociedade francesa daquela época. Entretanto, a fotografia de duas mulheres zulus, publicada na revista britânica Photographic News em 1879 teve um efeito completamente contrário à famosa pintura de Manet. O presente texto investigará a fascinação exercida pelo exótico, sombrio e mítico na construção da sensibilidade de pensadores e artistas da vanguarda e na representação dos povos não ocidentais, bem como a construção de noções como “arte primitiva” ou mesmo “arte africana” que operaram no interior do discurso modernista sobre a arte, mostrando que modernismo e colonialismo se conectam de forma brutal e surpreendente.
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