Artigo Acesso aberto Produção Nacional

TESTEMUNHOS REVELADOS POR TECNOLOGIAS RACISTAS:

2022; UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA; Volume: 19; Issue: 3 Linguagem: Português

10.9771/contemporanea.v19i3.45894

ISSN

1809-9386

Autores

Pedro Augusto Pereira, Tamires Ferreira Coêlho,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

Este artigo analisa fotografias retiradas de “arquivos” familiares, apresentadas por Samuel Gomes em um vídeo publicado no canal Guardei no Armário, no YouTube. Abordamos a relação de sujeitos racializados com as (im)possibilidades tecnológicas instauradas pelo sistema fotográfico de produção, considerando-as para além da intenção inicial do vídeo de celebração e rememoração. A partir das reflexões de Didi-Huberman, observaremos essas imagens como testemunhos, atos de fala, que nos revelam muito sobre as condições nas quais essas imagens foram produzidas. Constatamos que o racismo impregnado nos aparelhos contribui para que a consolidação de um padrão do que é belo subsidiado na branquitude. A configuração tecnológica racista se torna um obstáculo à construção de memória das pessoas negras, dificultando a preservação de registros familiares para sujeitos racializados por meio das fotografias, apagando traços e singularidades de quem compõe a maior parte do povo brasileiro.

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