Desmame precoce e depressão pós-parto: uma revisão sistemática
2022; Brazilian Journal of Development; Volume: 5; Issue: 4 Linguagem: Português
10.34119/bjhrv5n4-199
ISSN2595-6825
AutoresLuisalice Mendes Afonso, Liana de Andrade Esmeraldo, Cícera Monica da Silva Sousa Martins, Janaína Carneiro Lima, Mileide Estevanisa Miranda Borges, Tatiana Cortêz Marques, Flávia Eveline Correia Semedo, Lavinya Augusta de Jesus Lima Cabral,
Tópico(s)Breastfeeding Practices and Influences
ResumoO Aleitamento Materno Exclusivo é benéfico tanto para a mãe quanto para o bebê e está sujeita a influência multifatorial de aspectos biopsicossociais. A prevalência da depressão pós-parto no Brasil é maior do que a média mundial, afetando aproximadamente 13-19% das mães seis meses após o parto. Estudos apontam que o Brasil é um dos países do mundo onde menos se segue as recomendações da OMS no que se refere à amamentação. Visto isso, vê-se a necessidade de investigar a relação entre o desmame precoce e quadros de depressão pós-parto. Este trabalho objetiva verificar a relação entre o desmame precoce e a depressão pós-parto, tendo como base uma revisão de literatura, feita com materiais coletados na base de dados como Pubmed e SciELO. Os dados demonstram que mulheres com depressão pós-parto estão mais propensas à comorbidades psiquiátricas como transtorno obsessivo-compulsivo, ideação suicida e pensamentos em prejudicar o bebê, quando comparadas às mulheres que apresentam essa sintomatologia em outros momentos da vida. Filhos dessas mulheres têm maior risco de desenvolver distúrbios emocionais, psicossociais e comportamentais a longo prazo, pois a depressão pós-parto pode prejudicar a interação socioafetiva mãe-filho. Sintomas depressivos influenciam a autoconfiança materna, causando efeito negativo no processo de aleitamento materno, principalmente quando exclusivo. É possível concluir que o aleitamento materno pode ser considerado um fator preventivo ao desenvolvimento de quadros de depressão pós-parto, visto que o ato de amamentar está relacionado a liberação de neurotransmissores importantes para regulação do estresse materno, como também fortalece o vínculo socioafetivo mãe-bebê. Recomenda-se mais estudos sobre associação entre a depressão pós-parto e o aleitamento materno, no sentido de instrumentalizar estratégias de apoio necessárias para as mães tanto durante o pré-natal quanto no puerpério.
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