Uma análise da reemergência do sarampo no território brasileiro
2022; Brazilian Journal of Development; Volume: 5; Issue: 4 Linguagem: Português
10.34119/bjhrv5n4-252
ISSN2595-6825
AutoresHelena Rodrigues De Miranda, Géssyca Lorenna Cizoski Andrade Ramos, Ionan Alves Azevedo, Sofia Lannes Tolentino, Marina Cândido Tosi, Juliana Nunes De Figueiredo, Anna Júlia Godoy Medeiros, Lorhana Botelho Andraos,
Tópico(s)Virology and Viral Diseases
ResumoIntrodução: O sarampo é uma doença febril aguda causada pelo vírus da família Paramyxoviridae. Sua transmissão ocorre por gotículas e aerossóis eliminados na tosse, espirro, fala ou respiração do indivíduo infectado. É uma patologia altamente transmissível. O quadro clínico dessa infecção constitui-se de três fases: incubação, prodrômica e exantemática. O período de incubação inicia-se imediatamente após a transmissão e nessa fase, os indivíduos são, geralmente, assintomáticos. Posteriormente, na fase prodrômica, surgem sintomas inespecíficos, além de fotofobia e manchas de Koplik, sendo findada com o surgimento do exantema. O exantema é morbiliforme e tem progressão centrífuga. O diagnóstico dessa afecção é feito com auxílio de PCR e ELISA. Para o tratamento, são adotadas medidas de suporte, como o uso de antipiréticos, hidratação, limpeza ocular e oxigênio, para os casos mais graves. É uma doença infecciosa viral de notificação compulsória em âmbito nacional. Em setembro de 2016, o país recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde o certificado de erradicação da doença. Entretanto, devido à queda nos índices de vacinados em todas as regiões do país, o sarampo voltou a ameaçar a saúde da população. Assim, o presente artigo visa analisar o panorama epidemiológico do sarampo no Brasil, a fim de promover maior visibilidade a essa patologia e de melhor compreender o recente aumento de casos da doença. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada por meio da pesquisa dos descritores “Sarampo”, “Certificado Internacional de Vacinação” e “Vírus do sarampo” nas bases de dados Scielo, Pubmed e Lilacs. Estudos disponíveis na íntegra e que estivessem relacionados ao tema, foram selecionados. Trabalhos com data de publicação superior a 5 anos e disponibilizados em periódicos de baixo fator de impacto foram excluídos. Sendo assim, após a realização da análise criteriosa descrita, foram selecionadas 13 referências. Discussão: A emergência da recusa à vacinação contra o sarampo foi precipitada sobretudo após a publicação, em 1988, de um artigo no periódico The Lancet, o qual associava a vacina tríplice viral ao desenvolvimento de autismo e de doença inflamatória intestinal. Essa informação desencadeou muitas repercussões. Entretanto, em 2010, o próprio periódico retificou essa informação ao constatar sua inveracidade. O óbice está no fato de a notícia ter obtido tamanha repercussão, de modo a gerar inúmeros grupos contrários à vacinação. Assim, apesar da correção, pelo próprio meio de veiculação, esse mito continuou sendo propagado e ainda está em voga nos tempos atuais. Nesse contexto, a recusa pela vacinação pode ser explicada por convicções religiosas, pessoais, notícias falsas, chamadas de fake news, e movimentos sociais, a exemplo do movimento antivacina. Essa recusa desencadeia a baixa cobertura vacinal observada principalmente nos países em desenvolvimento, os quais apresentam maior dificuldade de controle de doenças imunopreveníveis como o sarampo. Conclusão: Os números referentes às infecções por sarampo nos últimos anos reforçam o alarmante quadro de reemergência da doença no país, evidenciando um contexto epidemiológico preocupante para a saúde pública brasileira. Assim, são necessários mais estudos que tragam visibilidade e novas perspectivas ao cenário em questão, a fim de contribuir na disseminação de informações verídicas e baseadas no conhecimento científico.
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