Artigo Acesso aberto Produção Nacional

A sexualidade na gestação e seus impactos na qualidade de vida das gestantes: uma revisão

2022; Brazilian Journal of Development; Volume: 5; Issue: 4 Linguagem: Português

10.34119/bjhrv5n4-225

ISSN

2595-6825

Autores

Gil Batista Gonçalves, Emerson Moura Rodrigues, Gabriel França de Siqueira, Robson Pierre Pacífico Alves Filho, Renato Rodney Mota Ferreira, Ricardo Marques Correia, Luísa Maranhão Silva, Jaqueline Soares de Freitas,

Tópico(s)

Maternal and Perinatal Health Interventions

Resumo

A sexualidade humana é definida como um conjunto de comportamentos que dão a satisfação ao desejo do indivíduo como um todo, beneficiando sua saúde física e mental. Embora 86-100% dos casais anunciarem que são sexualmente ativos durante a gravidez, constatou-se que a maioria das gestantes perdem performance e desejo sexual durante esse período. A gestação infere em mudanças físicas e psicossociais na mulher, a existência de uma dicotomia entre o papel materno e de esposa, um período crítico que pode acarretar conflito conjugal. Este estudo tem como objetivo reunir informações abordadas sobre a sexualidade na gestação no meio científico e indicar possíveis medidas a serem tomadas na prática clínica do médico ginecologista a fim de melhorar a qualidade de vida sexual do casal gestante. Trata-se de uma revisão de literatura, que integrou periódicos indexados nas bases de dados SciELO, Medline, Google Acadêmico e em livros de obstetrícia, no período compreendido entre os anos de 1978 e 2018, tendo como referência os descritores: sexualidade, gestação, pré-natal e exercícios pélvicos. Uma classificação de consenso internacional descreveu uma sequência de quatro fases distintas: o desejo sexual (libido), excitação, orgasmo e satisfação. A disfunção pode afetar qualquer uma dessas áreas, podendo ter origem orgânica, psíquica, mista ou de etiologia incerta. Nota-se um impacto na vida sexual do casal durante a gravidez, sendo muito relatado nas consultas de pré-natal. Durante o período gestacional, o corpo feminino passa por várias transformações tanto metabólicos quanto hormonais, mudando a sua visão corporal. Por conta disso, a mulher enfrenta um processo de aceitação do novo corpo, na qual, maioria delas, não estão preparadas psicologicamente e assim interferindo diretamente na sexualidade. Informar os casais sobre o que devem esperar ou o que devem fazer quando enfrentam problemas na vida sexual durante o puerpério parece não ser prioridade dentro de um serviço de saúde. Muitas pesquisas mostraram que cerca de 90% das mulheres voltaram a ter relações sexuais entre 3 e 4 meses após o parto. É de extrema importância que o profissional de assistência às mulheres gestantes tenha capacidade de fornecer informações coerentes e bem fundamentadas a respeito da atividade sexual durante e após a gestação, estando sempre atentos às queixas individuais de cada paciente, independentemente se físicas ou emocionais. Dessa maneira, o profissional poderá influenciar diretamente no bem estar e qualidade de vida dos casais gestantes. Assim, se faz importante desmistificar todo o tabu que assola o assunto, a fim de tratar a sexualidade da maneira como ela deve ser tratada: de maneira natural, fonte de prazer e bem estar físico e emocional para o casal.

Referência(s)