
“Cegos que, vendo, não veem”:
2022; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS; Issue: 40 Linguagem: Português
10.5752/p.2358-3231.2022n40p142-155
ISSN2358-3231
Autores Tópico(s)Psychology and Mental Health
ResumoO presente artigo busca analisar, baseado nas teorias da animalidade, a importância da visão no processo de apagamento de subjetividade. A partir de alguns escritos de Helène Cixous, que fala tanto de cegueira quanto do amor ao animal, o trabalho passa a dissecar a obra saramaguiana Ensaio sobre a cegueira e a forma como a animalização é retratada nela. O estudo se delineia de tal forma a ponto de concluir que Saramago aborda com a obra uma cegueira muito maior do que a física, que é a cegueira para o Outro, e como ela tem danificado as relações humanas e não-humanas igualmente. Conclui-se, enfim, que a verdadeira visão seria a que considera o Outro, e que a violência e a desolação retratadas e que ocorrem quotidianamente se devem a uma falta de empatia a tudo e todos que são considerados menos que humanos.
Referência(s)