Uso de Canabidiol como tratamento para a Doença de Parkinson
2022; Brazilian Journal of Development; Volume: 5; Issue: 5 Linguagem: Português
10.34119/bjhrv5n5-124
ISSN2595-6825
AutoresPatrícia Batista Lima, Giullio Emídio de Carvalho, Juliana Silveira Martins da Costa, Pedro Emílio Araújo Claudino, Bárbara de Lourdes Teixeira, Arthur Guimarães Soares, Athos Guimarães Soares, Mayara Santana Hawerroth,
Tópico(s)Parkinson's Disease Mechanisms and Treatments
ResumoIntrodução: a Doença de Parkinson (DP) é uma afecção crônico-neurodegenerativa prevalente na população idosa. Cursa com sintomas motores (bradicinesia, tremor de repouso e rigidez) e não motores (déficits cognitivos, psicose, depressão e ansiedade). Sua patogenia, caracteriza-se pela degeneração dos neurônios que sintetizam dopamina, sobretudo na substância negra, resultando em decréscimo no corpo estriado. O dano neuronal do trato nigrostriatal pode relacionar-se ao estresse oxidativo, à redução da degradação de proteínas e à disfunção mitocondrial. O diagnóstico da DP é clínico e a terapêutica é baseada em precursores da dopamina, que possuem eficácia limitada e efeitos adversos importantes. Portanto, deve-se considerar o canabidiol (CBD) como possível alternativa no tratamento, por atuar no sistema endocanabinóide, envolvido na fisiopatologia da DP. Este artigo busca verificar a validade do CBD no tratamento alternativo para a DP. Metodologia: revisão integrativa da literatura nas bases de dados PubMed, SCIELO e Lilacs, mediante a utilização dos descritores: “cannabidiol x parkinson” e “alternative treatments x parkinson”. Foram selecionados 17 artigos, de 2002 a 2022. Artigos completos e com publicação inferior a 10 anos foram incluídos. Estudos publicados em periódicos de baixo fator de impacto foram excluídos. Discussão: estudos pré-clínicos e clínicos apontam para a efetividade do CBD no tratamento principalmente dos sintomas não motores da DP. Esse composto parece inibir os agonistas de receptores canabinóides 1 e 2, impedir a recaptação da anandamida e ser agonista do receptor de serotonina e dos receptores de vanilde. Parece haver uma ação global e sincrônica em múltiplos sintomas, por meio de mecanismos ainda não totalmente elucidados. A ação multivias, expressa pelo CBD, conflui com a patogênese multifatorial da DP e sua possível utilização terapêutica é suscitada pelo reduzido espectro de reações adversas e pela sua boa tolerabilidade. Ademais, o CBD pode atenuar os sintomas psicóticos induzidos pela levodopa, além de apresentar efeitos anti-oxidantes, anti-inflamatórios e neuroprotetores. O impasse está na necessidade de reforço dos estudos clínicos com amostras significativas, as quais ratifiquem os achados pré-clínicos. Conclusão: frente a uma doença de terapêutica insatisfatória, que impacta na qualidade de vida de seus portadores, o uso do CBD é uma alternativa promissora. Estudos clínicos com amostragem vasta são essenciais para elucidar a eficácia do CBD no tratamento da DP em humanos.
Referência(s)