A reflexão antropológica na história da realeza medieval1
1998; Centro em Rede de Investigação em Antropologia; Issue: vol. 2 (1) Linguagem: Português
10.4000/etnografica.4428
ISSN2182-2891
Autores Tópico(s)Death, Funerary Practices, and Mourning
ResumoA secção "Interdisciplinaridades" tem como objectivo a publicação de ensaios que explorem, de diversos pontos de vista, o diálogo entre a antropologia e diferentes campos das ciências humanas e sociais: história, sociologia, psicologia, etc. O artigo inaugural desta secção é consagrado a um dos domínios clássicos do diálogo entre antropologia e história: a realeza sagrada. Desde a primeira edição do estudo de Marc Bloch sobre o ritual real de imposição das mãos dos tempos medievais – um estudo enquadrado pela teoria antropológica e hoje em dia considerado pioneiro –, muito foi publicado sobre a realeza sagrada no contexto europeu medieval. Abordando as crenças e os conceitos do homem medieval como intrinsecamente diferentes dos nossos, no que se aproxima dos trabalhos de Percy Schramm e Ernst Kantorowicz, o paradigma de Bloch introduziu uma importante mudança. Estas contribuições, bem como as alterações que provocaram na nossa imagem dos reis medievais, são analisadas e discutidas. Também a relevância da teoria antropológica é descrita tendo em consideração três questões diferentes no contexto da Idade Média ocidental: as figuras contrastantes de realeza violenta/pacífica, os estados de transição no desaparecimento dos reis e o problema geral do ritual como meio para a construção da realeza medieval.
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