Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Quanto vale uma Chanchada? Disputas conceituais e valorativas em torno das comédias cinematográficas brasileiras (1940-50)

2018; King's College London; Volume: 6; Issue: 1 Linguagem: Português

10.25160/bjbs.v6i1.25279

ISSN

2245-4373

Autores

Guilherme Maia, Euro Prédes De Azevedo,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

Este artigo tem como objetivo identificar ‘pontos de contato’, interfaces entre os discursos acerca das comédias cinematográficas brasileiras que se tornaram conhecidas como chanchadas e os próprios filmes, em sua dimensão imanente, a partir da análise fílmica; em outras palavras, fazer encontrarem-se contexto e texto, discurso crítico e interpretação das obras. A primeira parte — metacrítica — revisita discursos acerca das chanchadas e observa uma mudança radical de polaridade na atribuição de valor a essa classe de filmes, que transita entre ser o mais desprezível e subserviente dos cinemas e ser um gênero subversivo, talvez o único que poderia ser considerado genuinamente brasileiro. O segundo momento — analítico —examina os filmes Nem Sansão nem Dalila e Matar ou correr, ambos dirigidos por Carlos Manga e lançados em 1954, com o intuito de procurar, nas obras, elementos que justifiquem a existência de duas visões tão opostas sobre um mesmo fenômeno. Percebendo a paródia como elemento fundamental da interface contexto-texto, tentamos também propor dois novos caminhos interpretativos para o estudo do gênero: um que trate os filmes a partir daquilo que têm de singular — o viés cômico — e outro que revela interessantes conexões entre as chanchadas e o cinema moderno brasileiro.

Referência(s)