Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

OBTENÇÃO DE MEIO CONDICIONADO DE CÉLULAS-TRONCO DO CORDÃO UMBILICAL HUMANO: INOVAÇÃO INCREMENTAL PARA ABORDAGEM DA SÍNDROME DO OLHO SECO

2022; Elsevier BV; Volume: 44; Linguagem: Português

10.1016/j.htct.2022.09.520

ISSN

2531-1387

Autores

CA Carnetta, ALV Rocha, Pedro Leme Silva, A Prudenciatti, MA Risso, ACM Luzo, A Shiguematsu, E Deffune,

Tópico(s)

Hematopoietic Stem Cell Transplantation

Resumo

A obtenção do meio de cultura condicionado de células-tronco (MCCT) corresponde a coleta do secretoma das CT durante o processo de cultura. MCCT é um meio com fatores de crescimento, citocinas e moléculas sinalizadoras livres e vesículas extracelulares, que progressivamente se tornam relevante, tanto para diagnóstico como para terapêutica. Neste campo, identificamos a Síndrome do Olho Seco (SOS) que impacta profundamente a qualidade de vida das pessoas. O Laboratório de Biologia Celular tem desenvolvido como produto para esses pacientes o autocolírio de soro de sangue, porém existem pacientes com impossibilidade de acesso venoso, ou com sorologias reagentes para doenças infecciosas que são impedidos de utilizar o produto. Diante disto, o projeto teve por objetivo produzir o MC a partir do cultivo de células-tronco obtidas de cordão umbilical (CTMcup) com intuito de se obter o secretoma das células para avaliação terapêutica na SOS. As células CTMcup foram descongeladas do banco de células do laboratório, plaqueadas e expandidas para caracterização imunofenotípica por citometria de fluxo com marcadores específicos. As células foram semeadas em meio específico até que atingiram 70% de confluência, momento em que sofreram wash out, uma etapa de lavagem para a retirada do soro fetal bovino (SFB) e receberam o meio DMEM-F12 aditivado xeno free por 48 horas. Após esse período, o secretoma foi coletado, centrifugado e armazenado. Para a cultura das células-tronco do limbo (CTL), células obtidas da região transicional da córnea e esclera, foi feito um coating de fibrina a partir de hormônios derivados de plaquetas humanas em uma placa de 6 wells para a expansão celular. Assim, as CTL foram descongeladas e plaqueadas nos poços. O primeiro poço foi denominado controle e os poços 2 e 3 sofreram estresse osmótico para a simulação da SOS com meio hiperosmolar (MH) (420 mOsm/L) por 48 horas. Posteriormente, a técnica wound healing foi aplicada, fazendo uma lesão nos três poços. Após a lesão, P1 recebeu o meio padrão, P2 recebeu o meio hiperosmolar e P3 recebeu o tratamento, sendo 50% de MC CTMcup e 50% MH. As áreas das feridas foram monitoradas em seis momentos: T0, T+6, T+12, T+24, T+48 e T+72 horas com o software ImageJ. Foi determinada a viabilidade celular dos três poços, sendo que P3 teve maior viabilidade do que os outros poços. Houve uma tentativa de fechamento da ferida de forma insatisfatória nos poços P1 e P2 sendo que em P3 fechou quase 100% a ferida, evidenciando que o meio condicionado influenciou na regeneração celular e tem potencial para terapia em pacientes com SOS.

Referência(s)