
Civismo popular, algazarra nas ruas: comemorações da independência nacional na Bahia
2022; Institut des Amériques; Issue: 20 Linguagem: Português
10.4000/ideas.14170
ISSN1950-5701
AutoresWlamyra Ribeiro de Albuquerque,
Tópico(s)History of Colonial Brazil
ResumoO texto aborda as comemorações públicas pela independência do Brasil que acontecem na Bahia, desde dois de julho de 1823, quando as tropas lusitanas foram expulsas do país pela baía de Todos os Santos. Trata-se de calendário cívico-popular que tem como ponto alto o cortejo pelas ruas de Salvador, capital baiana, e em outras cidades do Recôncavo, com estudantes, representantes de comunidades indígenas, movimentos sociais, partidos políticos, capoeiristas, sambistas, corporações militares e associações culturais como marujadas e irmandades religiosas. Os elementos principais do desfile são duas esculturas, os Caboclos. O Caboclo é a representação de um índio que aponta uma lança e esmaga com os pés um dragão, que seria a submissão colonial. Já a Cabocla é a representação de Catarina Paraguassú, a indígena tupinambá que se casou com o náufrago português, Diogo Alvares Correia, no período colonial. Ela desfila muito enfeitada e carregando as bandeiras da Bahia e do Brasil. Ambos também são cultuados no candomblé, religião de matriz africana. O objetivo do texto é evidenciar as dinâmicas históricas e culturais, que entrelaçadas nesta mitologia nacional, continuam a ser fundamentais para analisarmos projetos políticos, aspirações populares e tensões sociais que, ao longo de duzentos anos, marcam a trajetória do Brasil independente. As fontes que subsidiam este texto são de documentos oficiais, imprensa, correspondência policial, cronistas e artistas.
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