
Santo, monstro e viajante: Mito e imagem na hagiografia de São Cristóvão
2022; UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO; Volume: 27; Linguagem: Português
10.15603/2176-3828/caminhando.v27e022008
ISSN2176-3828
AutoresGuilherme de Figueiredo Cavalheri,
Tópico(s)Libraries, Manuscripts, and Books
ResumoNeste artigo, discuto aspectos relacionados à origem, transmissão e relações culturais em torno da figura de São Cristóvão. O santo, cujo culto é conhecido desde o final da Antiguidade Tardia no cristianismo oriental, é representado em sua hagiografia grega como um soldado cinocéfalo, que se converte ao cristianismo e é martirizado. Para compreender a importância de um santo com tais características, é preciso analisar dois elementos importantes da cultura tardo antiga e medieval: o lugar que monstros e seres estranhos possuem na religião, e em como o imaginário cristão se vale de tradições religiosas já sedimentadas na cultura para compor sua própria percepção e modos de uso daquilo que é identificado como estranho e bizarro. O estudo, portanto, se divide em três pontos. No primeiro apresento o papel dos monstros na cultura. Em seguida, analiso a cinocefalia como fenômeno cultural da Antiguidade Tardia e o modo como as narrativas cristãs abordaram o assunto. Por fim, realizo uma análise das hagiografias e imagens de São Cristóvão, buscando compreender o lugar desse santo na piedade popular e, sobretudo, sobre quais heranças culturais sua imagem é construída.
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