Artigo Acesso aberto Revisado por pares

[ˈwapiʃ] / uma [bisiˈkwɛtɐ] e uma [fɨˈloɾ] de [pɐstiˈsinɐ]

2022; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS); Volume: 15; Issue: 1 Linguagem: Português

10.15448/1984-4301.2022.1.42741

ISSN

1984-4301

Autores

Maria João Freitas, Ana Margarida Ramalho, Jéssica Gomes,

Tópico(s)

Voice and Speech Disorders

Resumo

O estatuto da lateral /l/ em português europeu (PE), bem como a forma como este segmento é adquirido pelas crianças portuguesas, tem sido assunto de interesse para investigadores e clínicos, nos últimos tempos. Este trabalho tem como principais objetivos apresentar dados de produção infantil extraídos do corpus Ramalho-EP (taxas de sucesso e estratégias de reconstrução mais produtivas) e refletir, à luz da teoria fonológica e de dados de aquisição já disponíveis para o PE, sobre as várias propostas teóricas para a representação de /l/ neste sistema. Os resultados registam aquisição dependente da complexidade da estrutura silábica (foi registada a tendência de aquisição Ataque simples >> Coda >> Ataque ramificado), embora /l/ não se encontre adquirido em nenhum dos constituintes silábicos, registando-se taxas de acerto inferiores a 76%. As produções preferenciais [w, ʋ] para o alvo /l/ são interpretadas como um indicador do processamento da lateral alveolar como [+contínuo], tal como proposto por Mateus e Andrade (2000) e contra Amorim e Veloso (2021). Paralelamente, estas variantes e a aquisição tardia de /l/ argumentam empiricamente a favor do traço [+aproximante] para a representação fonológica da lateral em PE, que substitui [+lateral] na proposta de Amorim e Veloso (2021).

Referência(s)