
O “mundo cão” e a tropa de elite: a discriminação da violência sagrada e da violência profana
2022; UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE; Volume: 8; Issue: 1 Linguagem: Português
10.18616/rdsd.v8i1.7311
ISSN2446-5496
AutoresLeonardo Corrêa Figueira, Marcos Alexandre dos Santos Albuquerque,
Tópico(s)Brazilian cultural history and politics
ResumoNo presente artigo apresentamos uma análise do longa-metragem Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro (2010), do diretor José Padilha, a partir dos conceitos de “violência profana” e violência sagrada”. Mais especificamente, trata-se de uma análise que almeja estabelecer os pormenores de como o enredo da obra em questão discrimina determinadas personagens entre aquelas que, por se tratarem de indivíduos “éticos” ou “moralmente corretos”, podem (ou mesmo devem) deter posse/levar à cabo uma violência de caráter sagrado, e aquelas que, sendo “corruptas” ou “imorais”, se encontram no âmbito de uma violência de caráter profano. Em outras palavras, temos uma discriminação entre uma violência correta/exaltável/justificada e uma violência condenável/incorreta/injustificável. Fato que leva esta análise a abordar as tramas da presente obra tanto no sentido de esclarecer até que ponto ela apresenta uma relação “moralista” entre determinados atores do cotidiano nacional (quais sejam, a mídia tradicional, a polícia responsável pela segurança pública, e as Forças Armadas) e o combate ao advento de um cenário sócio-político-cultural propício à ascensão e expansão de grupos milicianos quanto no sentido de indicar o possível risco simbólico que a elaboração das ditas tramas apresenta para a poliarquia brasileira. Qual seja, o de oferecer uma justificativa “moralista” para violações de direitos em nome da defesa da própria democracia.Palavras-chave: BOPE, Milícias, Mundo Cão, Violência Profana, Violência Sagrada.
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