Artigo Acesso aberto Revisado por pares

“Um adeus português?”

2022; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS); Volume: 48; Issue: 1 Linguagem: Português

10.15448/1980-864x.2022.1.41983

ISSN

1980-864X

Autores

Sérgio Neto, Clara Isabel Serrano, Sarah Luna de Oliveira,

Tópico(s)

Education Pedagogy and Practices

Resumo

O ano de 2022 está a ser assinalado pelos 200 anos da independência do Brasil. A este propósito muitas têm sido as análises vindas a terreiro sobre tal processo histórico, bem como as reflexões acerca das dificuldades com que se confrontou o futuro Estado-Nação: uma monarquia numa América de repúblicas. Assim, importa observar a visão que desse processo foi construída e perpetuada na historiografia escolar portuguesa, pois, como assinala Justino Magalhães: “o livro escolar é o principal ordenador da cultura, da memória e da ação escolares”, assim como o “principal suporte da cultura escolar e produto de uma dialética entre discurso e episteme” (2006, p. 5). O presente texto propõe-se refletir a projeção de uma determinada imagem hegemônica do processo de independência do Brasil presente na literatura escolar lusitana, através de uma metodologia analítica e de uma exegese documental fundamentada na leitura de dezesseis manuais escolares (e nove outros de apoio). Esses foram selecionados em função da popularidade de seus autores, de seu uso alargado ao longo da formação escolar portuguesa, assim como daqueles que são mais adotados pelas escolas (isto após o fim do livro único dos tempos da ditadura). A cronologia compreenderá dois períodos: a Ditadura Militar e o Estado Novo (1926-1974) e desde o 25 de abril até a atualidade, procurando observar as continuidades e rupturas, convergências e divergências, internas e externas.

Referência(s)