Artigo Acesso aberto Produção Nacional

“Filhos do sol, mãe dos viventes”: sobre o enunciador do “Manifesto Antropófago”

2022; Issue: 5 Linguagem: Português

10.34913/journals/lingualugar.2022.e973

ISSN

2673-5091

Autores

Alexandre Nodari,

Tópico(s)

Urban and sociocultural dynamics

Resumo

Ao longo de todo o “Manifesto Antropófago”, um sujeito se enuncia de forma oblíqua. Seja por meio da “primeira pessoa do plural implícita no texto” (Azevedo, 2016, p. 99), às vezes inclusiva, outras, exclusiva, seja como complemento verbal (i.e., enquanto objeto) ou pronome possessivo, o “nós” que constitui o seu enunciador quase nunca se explicita plenamente, de corpo inteiro. Todavia, o que deveria ser a mais elementar das perguntas sobre a Antropofagia oswaldiana, a saber, quem (é o antropófago que) se manifesta no “Manifesto Antropófago”, ainda não recebeu a devida atenção por parte da crítica, salvo raríssimas exceções, entre as quais se destaca a seminal análise de Beatriz Azevedo (2016). Talvez porque o modo como ele se manifeste torne mais complicado responder de forma minimamente satisfatória a interrogação que o texto não cessa de colocar: “nós, quem?”

Referência(s)