
Associação da hidrocefalia com a infecção por SARS-COV-2
2022; Linguagem: Português
10.37085/jmm.2022.ac.an3
ISSN2674-7103
AutoresDaniela Barbosa de Lima, Eduardo Ferreira da Silva, Alex da Silva Confessor, Selma Beatriz Tiburcio dos Santos, Micaella Roberta Duarte da Silva, Fabíola Cássia de Oliveira Silva,
Tópico(s)Intracerebral and Subarachnoid Hemorrhage Research
ResumoIntroduçãoA COVID-19 é uma doença causada por um vírus de RNA chamado SARS-CoV-2 e foi declarada uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional pela Organização Mundial de Saúde. Essa afecção tem demonstrado afetar vários sistemas de órgãos, incluindo o sistema cerebrovascular, podendo acarretarem uma gama de manifestações e complicações neurotrópicas e neuroinvasivas, dentre elas o acúmulo do líquido cefalorraquidiano (LCR) nos ventrículos cerebrais, ou seja, a hidrocefalia, podendo estar correlacionada a entidades causadoras subjacentes, sendo elas crônicas ou não.ObjetivoDescrever como a infecção SARS-CoV-2 pode desencadear a hidrocefalia.MétodosTrata-se de uma revisão integrativa, com artigos procedentes do PubMed, com descritores oriundos do Medical Subject Headings (MeSH), respectivamente: Covid-19 AND Hydrocephalus. Como critérios de elegibilidade: artigos publicados em texto completo, com resumo disponível, em inglês, entre março de 2020 e maio de 2022, havendo exclusão de estudos que não obtiveram adequação à temática estudada e literaturas duplicadas.ResultadosCom a aplicação dos critérios estabelecidos e dos descritores, obteve-se 38 publicações, das quais através da leitura dos títulos, resumos e artigos na íntegra restaram 5 para compor esta revisão. Os estudos evidenciam dois mecanismos principais que associam a COVID-19 e o surgimento da hidrocefalia. O primeiro é o estado de disfunção vascular acentuada, no qual observa-se altos valores de D dímero e fatores pró-coagulantes, que podem favorecer o surgimento de hemorragias intracerebrais, cursando com aumento da pressão intracraniana e hidrocefalia. Outro mecanismo está relacionado a Enzima Conversora de Angiotensina 2 (ECA2), que está amplamente distribuída em tecidos periféricos e no sistema nervoso central, sendo alvo de interação com a proteína S do vírus. Desta forma, por existir grande concentração da ECA2 no plexo coróide dos ventrículos laterais, a interação proteína-enzima possivelmente altera a dinâmica do fluxo do líquido cefalorraquidiano, contribuindo para o surgimento da hidrocefalia de pressão normal. ConclusãoReconhecer os mecanismos fisiopatológicos compreendendo o estado de hipercoagulação e o envolvimento da ECA2 são extremamente importantes, visto que proporcionam identificação precoce e tratamento oportuno para a hidrocefalia ocasionada pela infecção do COVID-19. Palavras-chave: COVID-19, Hidrocefalia, Infecções do sistema nervoso central, Plexo coróide.
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