
A história pelo retrovisor: o legado da espoliação e a onça mítica em O som do rugido da onça de Micheliny Verunschk
2022; Unversidade Federal do Rio de Janeiro; Volume: 24; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/1517-106x/202224307
ISSN1807-0299
Autores Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoResumo O romance O som do rugido da onça, de Micheliny Verunschk (2021), recupera o fatalismo expropriador do nosso passado histórico, por meio da viagem do zoólogo Spix e do botânico Martius ao Brasil para “realizar investigações científicas pelo bem da ciência e da humanidade”. Entretanto, reporta-se, essencialmente, às duas crianças indígenas que, tendo sobrevivido à viagem marítima, aportaram com os cientistas em Munique. A narrativa responde, numa prosa poética, à necessidade de recriar o mundo interior de seus personagens, a menina miranha Iñe-e e o menino Juri, condenados à mudez pelo exílio. Assim, apresenta-se como uma inventiva bricolagem ou, segundo a autora, uma “transcriação” de “mitos”, sobretudo marcados por um imaginário cujas características podem ser definidas pela noção de “perspectivismo ameríndio”.
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