O INHAME DOS PALMARES É O INHAME DO CANDOMBLÉ: um alimento conector com a Yorubalandia
2022; Volume: 12; Issue: 30 Linguagem: Português
10.18764/2236-4099v12n30.2022.32
ISSN2236-4099
AutoresFábio Libório Rocha, Denise Oliveira e Silva,
Tópico(s)Race, Identity, and Education in Brazil
ResumoO presente artigo pretende defender o conceito de Yorubalandia, portanto etnolinguístico, encontrando no tubérculo inhame, um alimento que produz uma conexão histórica da cultura africana do Candomblé, desde a Nigéria até os terreiros brasileiros. O auxílio da linguística, como ciência de coadjuvação filológica, não poderia prescindir desta análise e temos procurado agrupar todas as línguas da família Yoruba, faladas em cânticos nos Candomblés para justificar nossa cultura africana do Brasil. Contudo, o inhame em causa é justamente o alimento conector com a nossa africanidade Yoruba e este conecta quilombos, terreiros de Candomblé e elementos Yorubas da Cultura da Costa da África de variados países como Togo, Nigéria e Benim. A etnolinguística inclui também aspectos geográficos, literários, genealógicos, e, por último, morfológicos, investigando os Itans, as tradições orais e escritas do que é cantado e falado nos terreiros. De outro modo, nos socorremos da pedagogia das encruzilhadas também é um aporte metodológico que evita partir da branquitude para compreender o Candomblé. Comparativamente, tanto a comida de santo com inhame no Candomblé, quanto o idioma Yoruba falado nos cânticos, constituem um elemento de instituição cultural, que ajudaram a construir um país negro como vemos o Brasil atual. Assim, podemos afirmar que a festa do inhame novo na Nigéria e o culto de Oxaguiã no Brasil, simbolizam este tubérculo como alimento conector sagrado, possibilitando a hermenêutica do Candomblé. Como resultado desta pesquisa, pudemos observar uma procissão de devotos de Candomblé segurando inhames em um ritual de hierarquização para um Babá de Oxaguiã.
Referência(s)