A Ploidia de ADN é um Biomarcador Prognóstico Independente no Carcinoma Ductal Invasivo da Mama
2013; Ordem dos Médicos; Volume: 25; Issue: 6 Linguagem: Português
10.20344/amp.1356
ISSN1646-0758
AutoresAntónio E. Pinto, Teresa Pereira, Giovani L. Silva, Mónica C Ferreira, Saudade André,
Tópico(s)BRCA gene mutations in cancer
ResumoObjectivos: Avaliar parâmetros prognósticos ‘clássicos’, bem como a ploidia de ADN e a fase S , em relação com o intervalo livre dedoença e a sobrevivência global no carcinoma ductal invasivo da mama com follow-up de longo prazo.Materiais e Métodos: O estudo envolveu 400 doentes com carcinoma ductal invasivo da mama e um follow-up mediano de 134 meses(50-240). O grau histológico, tamanho tumoral, envolvimento ganglionar axilar, estadiamento patológico e expressão dos receptoreshormonais foram analisados como marcadores prognósticos convencionais. A ploidia e fase S foram determinadas prospectivamentepor citometria de fluxo de ADN em tecido fresco/congelado. Foi usado um modelo de regressão de Cox para análise estatística dasvariáveis prognósticas.Resultados: Ocorreram 106 mortes (26,5%) e 141 recorrências da doença (35,2%) durante o follow-up. Duzentos e trinta e cincotumores (58,7%) foram considerados aneuploides. Fase S alta e aneuploidia associaram-se com tumores com maior grau de diferenciação,maior tamanho e receptores hormonais negativos. Em análise univariada, todos os parâmetros clínico-patológicos e citométricos(incluindo doentes com < 40 anos e um subgrupo apresentando tumores hipertetraploides/multiploides), com excepção de faseS e receptores de estrogénios para intervalo livre de doença, correlacionaram-se significativamente com o curso clínico. Em análisemultivariada, o estádio avançado da doença, a aneuploidia e a ausência de receptores de progesterona apresentaram uma associaçãosignificativa com menor sobrevivência. No subgrupo de doentes com tumores de intermédia diferenciação (G2), a aneuploidiaassociou-se com pior prognóstico. No subgrupo sem envolvimento ganglionar, apenas os receptores de estrogénios mostraram correlaçãosignificativa com a evolução da doença. Nas doentes com envolvimento ganglionar, o maior tamanho tumoral e a aneuploidia(em relação com sobrevivência global) foram indicadores de pior prognóstico.Conclusão: A par do estadiamento da doença e expressão dos receptores hormonais, a ploidia de ADN é um biomarcador prognósticoindependente no carcinoma ductal invasivo da mama com follow-up de longo prazo.
Referência(s)