The Old Believers in Brazil: linguistic identity
2021; RELX Group (Netherlands); Linguagem: Português
10.2139/ssrn.3995518
ISSN1556-5068
Autores Tópico(s)Linguistic Studies and Language Acquisition
ResumoPortuguese Abstract: Os fiéis da Igreja Ortodoxa do Rito Antigo, denominados Velhos Crentes, (starovery em russo), são partidários da velha liturgia e cânones antigos russos. Não aceitaram a reforma religiosa de 1654 e sofreram duras perseguições. Muitos migraram da Rússia Central para as províncias mais afastadas do país. Depois da Revolução de Outubro de 1917, fugiram para Harbin que era uma cidade russa no território da Manjúria. Após a ascensão do regime comunista na China em 1947, os Velhos Crentes solicitaram ajuda ao ACNUR para emigrarem. Os destinos principais da emigração nos anos 50 eram a Austrália e a América Latina. O Brasil foi o primeiro país a conceder-lhes vistos e, nos anos 50, recebeu cerca de 1500 Velhos Crentes. Na nova pátria, os starovery formaram aldeias isoladas de outras comunidades: os cânones proibem rezar, comer e beber com outros gentios, vestir roupas modernas, assistir TV e, para homens, cortar a barba. Nas escolas criadas nas comunidades, as crianças estudam o antigo russo, leem livros litúrgicos, aprendem a cantar cânones. Os homens são os principais ganhadores de pão. Por serem mais integrados na sociedade moderna, a fala deles perde rapidamente os traços dialéticos. As mulheres ocupam-se de trabalhos domésticos e pecuária, costuram, cozinham alimentos, assam pão. São elas que continuam sendo guardiãs da língua materna. As crianças crescem num ambiente isolado, onde todo mundo fala russo; portanto, a fluência e pureza do dialeto russo são preservadas até na quarta geração. As comunidades de Velhos Crentes na América Latina, Austrália e EUA são relacionadas por parentesco: são proibidos casamentos entre parentes até a oitava geração e noivas são selecionadas de assentamentos distantes noutros países. As famílias têm de 10 a 14 filhos.No início do século XXI, devido à crise demográfica na Rússia, foi adotado um programa de Reassentamento dos Compatriotas – Velhos Crentes no Extremo Oriente, nas regiões mais despovoadas da Rússia. A Agência de Desenvolvimento de Capital Humano no Extremo Oriente lhes prometeu moradia grátis, terrenos até 300 ha por família, apoio no processo de adaptação e outros subsídios. Muitos Velhos Crentes decidiram repatriar. Apesar do clima severo e más condições de vida, da falta de recursos, os Velhos Crentes continuam o trabalho de seus ancestrais, tendo viajado ao redor do mundo. Agora, 130 famílias de Velhos Crentes vivem na região de Amur e Primorye.No trabalho são analizados algumas caraterísticas do dialeto dos starovery, os estrangeirismos que eles adotaram, adaptaram e troxeram à Rússia. English Abstract: ENTER ENGLISH ABSTRACT HERE.
Referência(s)