
Ciência e Ética: Fritz Haber e a Guerra Química
2022; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO; Volume: 28; Linguagem: Português
10.23925/1980-7651.2021v28;p30
ISSN1980-7651
Autores Tópico(s)Science and Science Education
ResumoDentre as várias inovações utilizadas na Primeira Grande Guerra, como blindados, aviões e submarinos, os gases químicos, utilizados por Alemanha, França e Inglaterra, mostraram-se como uma das mais letais e temíveis armas já vistas, cujo desenvolvimento valeu-se da ação direta de vários cientistas, entre eles, Fritz Haber, alemão de ascendência judaica, ganhador do prêmio Nobel de química de 1918, que não só encabeçou as pesquisas e o desenvolvimento de uma arma baseada em gás, como também liderou sua aplicação no campo de batalha. Se a ciência havia despertado a ilusão de que seria para a humanidade a encarnação do mito de Prometeu, a Primeira Guerra mostrou uma face bem menos nobre, para dizer o mínimo, frente aos horrores oriundos do uso bélico sistemático de avanços científicos, levando à reflexão de que talvez fosse mais adequado associar-se a ela a figura do doutor Victor Frankenstein. O cientista e, por extensão, a Ciência, representava enfim um caminho para salvação ou destruição da humanidade? Mas seria simples e pertinente classificar a ciência de forma tão maniqueísta e julgá-la moralmente em decorrência de suas descobertas e aplicações, mesmo quando se trata de seu uso bélico? E fazê-lo com seus principais representantes, os cientistas? Estas são questões levantadas por este trabalho, que busca uma análise dos aspectos morais do uso do conhecimento científico, à luz da História da Ciência, abordando dificuldades de fazê-la sem incorrer em anacronismo, ingenuidade ou superficialidade.
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