Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

O Devir Racial em Anjo Negro

2022; Volume: 22; Issue: 3 Linguagem: Português

10.5020/23590777.rs.v22i3.e12584

ISSN

2359-0777

Autores

Antônio Lopes Filho, Eduardo Steindorf Saraiva, Mozart Linhares da Silva,

Tópico(s)

Arts and Performance Studies

Resumo

Inspirada em Medeia, tragédia de Eurípedes, Anjo Negro – peça escrita por Nelson Rodrigues em 1946 – conta a trajetória de um casal inter-racial que se põe a velar seu terceiro filho assassinado. Ele, homem negro, médico. Ela, mulher branca, aprisionada pelo marido entre os muros da mansão do casal. Através da escrita dramatúrgica de Rodrigues, buscamos refletir o dispositivo da racialidade e da resistência na produção artística, bem como a produção de subjetividade no país da mítica democracia racial. Quando faltam palavras para pôr em pauta o sofrimento gerado no processo de racialização do sujeito negro, em oposição à branquitude tomada enquanto norma e identidade não racializada, a arte oferece o transbordamento, o movimento e a resistência. Arriscamo-nos em uma análise ensaística, compreendendo a autoria enquanto uma multiplicidade: quem escreve, escreve com muitos, com um período histórico e seus empreendimentos. Assim também lemos Anjo Negro, em busca da compreensão do que a obra comunicou quando produzida e o que hoje representa.

Referência(s)