Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

O conhecimento ribeirinho que vêm do igapó: Plantas consumidas por quelônios (Podocnemis spp.) no rio Andirá, Amazonas, Brasil

2022; UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ; Volume: 14; Issue: 2 Linguagem: Português

10.18542/ragros.v14i2.11184

ISSN

2318-0188

Autores

Paulo Henrique Guimarães de Oliveira, José Ferreira da Silva, Paulo César Machado Andrade, Joari Costa de Arruda, Aldeniza Cardoso de Lima,

Tópico(s)

Comparative Animal Anatomy Studies

Resumo

Alimentos vegetais podem representar mais de 90% da dieta das espécies de tartarugas aquáticas podocnemis. Grande parte desses alimentos vêm das florestas de várzea ou igapós, morada dos ribeirinhos que dominam o conhecimento das plantas, e também é habitat dos quelônios que as usam como alimento. Portanto, entrevistamos 39 ribeirinhos no período de 2019 a 2021, nas comunidades Granja e Piraí, Barreirinha, Amazonas. Com o objetivo de conhecer as plantas consumidas pelas tartarugas, através do saber tradicional dos ribeirinhos. Utilizando técnicas de pesquisa etnobiologica, usando métodos qualitativos e quantitativos de coleta dos dados: bola de neve, lista livre com análise do índice de Smith e rede social. Nas entrevistas foram indicadas 83 etnoespécies, catalogamos 59 espécies, distribuídas em 55 gêneros e 29 famílias botânicas. O capitarí (Handroanthus barbatus) apresentou maior índice de Smith, portanto foi a mais conhecida, seguido do tucuribá (Couepia paraensis), marajá (Bactris riparia), camu-camu (Myrciaria dubia) e o jauari (Astrocaryum jauari). Destacamos as famílias Fabaceae, Myrtaceae e Arecaceae por comtemplarem mais espécies indicadas. Dentre as plantas que catalogamos, as previamente descritas para as espécies de podocnemis na literatura pertenciam a 22 famílias (76%), 26 gêneros (47%) e 30 espécies (51%). Assim, 24% das espécies referem-se ao primeiro registro desses itens alimentares na dieta desses quelônios. Os conhecimentos tradicionais dos ribeirinhos devem ser considerados como informações prioritárias na formulação de estratégias de manutenção e restauração das florestas riparias, para conservação das populações de podocnemidídeos, orientando as legislações para que garantam a conservação dos sistemas sociobiodiversos considerando também o saber do caboclo ribeirinho.

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