Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Moda e Decolonialidade: Colonialismo, vestuário e binarismo

2023; FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE; Volume: 42; Linguagem: Português

10.21669/tomo.v42i.17545

ISSN

2318-9010

Autores

Heloísa Helena de Oliveira Santos, Mi Medrado,

Tópico(s)

Gender, Sexuality, and Education

Resumo

Entendemos que o conceito Moda compõe, em seu espectro histórico-sociológico, categorias nascidas no seio da colonialidade do poder. A um só tempo, a noção de Moda associa capacidades intelectuais, produtivas, de cultura e espaço-tempo. Assim, perguntamos se há colonialismo nos primeiros textos sociológicos brasileiros que abordam a moda, notadamente em Gilberto Freyre e em Gilda de Mello e Souza. O objetivo deste trabalho é questionar como as diversas abordagens sobre o vestuário, desenvolvidas a partir da epistemologia do Eixo Norte, legitimam e produzem uma leitura que hierarquiza as relações de roupa, modos e moda, reproduzindo e divulgando a concepção de que o vestir das sociedades não-brancas está engessado ou é inferior. A proposta é problematizar o binarismo categórico da colonialidade Moda (desenvolvida) versus indumentária/traje (primitiva): este último relaciona os colonizados à ideia de tradição-cópia-indumentária, enquanto ao colonizador são associadas modernidade-inovação-moda. Nesta divisão, a moda europeia determina as categorias de classificação e relacionamento do vestuário no sistema-mundo, ao passo que, estabelece sua posição de hierarquia e poder no campo das decisões da moda, estabelecendo “A” forma de se relacionar e produzir. Desta maneira, como compreender as dinâmicas e as lacunas de silenciamentos e apagamentos que o projeto da modernidade impeliu como prática universal? Como formular uma crítica radical à epistemologia colonial que opõe criação versus cópia?

Referência(s)
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