Atenção Farmacêutica a Mulheres com Candidíase Vaginal Recorrente: uma abordagem prática em um Consultório Farmacêutico
2023; Volume: 7; Issue: s.1 Linguagem: Português
10.22563/2525-7323.2022.v1.s1.p.42
ISSN2525-7323
AutoresMaria Thereza Nunes Morais da Silva,
Tópico(s)Syphilis Diagnosis and Treatment
ResumoIntrodução: A candidíase vaginal (CV) é a segunda causa mais frequente de vulvovaginite nas mulheres. O fungo Candida albicans é o principal agente etiológico, responsável pela maioria dos casos. Apesar de a CV representar um problema global de saúde pública, sua incidência real é desconhecida. A incidência de pelo menos quatro episódios em um intervalo de 01 ano já caracteriza recorrência da condição que, devido ao elevado nível de incômodo relatado pelas mulheres, principalmente decorrente do prurido, leva a prescrição precipitada de medicamentos, à automedicação e ao uso indiscriminado e cruzado de antimicrobianos. Objetivos: Relatar a experiência do atendimento farmacêutico e apresentar as principais estratégias na construção do plano de cuidado a mulheres com CV. Métodos: Se trata de um estudo descritivo e exploratório, reunindo informações que podem proporcionar uma nova visão sobre a temática envolvendo o cuidado farmacêutico. Resultados: No atendimento, nem sempre o motivo da consulta é a CV, mas quando iniciamos a análise situacional da paciente, levandados dados sobre sua saúde e ciclo menstrual, a queixa sobre a CV aparece. Neste momento, é importante arguir sobre todos os fatores que podem levar à condição, como gravidez, uso de anticoncepcionais orais, diabetes, dispositivos intrauterinos, doenças da tireóide, obesidade, terapia com corticoides, drogas imunossupressoras, uso de antibióticos. É preciso interrogar e avaliar perfil com predominância estrogênica, uso de outros hormônios, resistência insulínica, comportamento da função intestinal, ciclo menstrual e estresse, afinal neste momento cumprimos toda análise situacional e identificamos os problemas presentes e potenciais. Um plano de cuidado em conjunto com a paciente deve ser elaborado, envolvendo orientações que visem, antes de quaisquer outros fatores, regular o estilo de vida da paciente. Prescrição farmacêutica que vise melhorar o seu sono, estresse e função intestinal, à base de ativos como triptofano, magnésio e probióticos devem ser feitas. Clotrimazol, miconazol e oxiconazol podem ser prescritos em casos agudos, e de maneira profilática, cápsulas vaginais contendo lactobacilos são muito bem indicadas. A aplicação de óleo de coco nos grandes lábios também constitui cuidado primário que alivia em suma o prurido e o eritema local. O seguimento farmacoterapêutico dessas mulheres deve ser feito a cada mês, para que os episódios de CV possam ser reduzidos e monitorados. Conclusão: A CV é condição presente no cotidiano de grande parte das mulheres em idade fértil, se constitui causa de perda de qualidade de vida, de maneira que os sinais e sintomas estão associados a uma morbidade significativa. Considerando a acessibilidade do Farmacêutico, bem como sua crescente necessidade de ampliação do escopo de atuação, o atendimento farmacêutico, portanto, se constitui estratégia fundamental para o cuidado e o tratamento da Candidíase vaginal.
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