múltiplas temporalidades da infraestrutura
2023; Volume: 15; Issue: 45 Linguagem: Português
10.23925/1982-6672.2022v15i45p117-134
ISSN1982-6672
Autores Tópico(s)Memory, Trauma, and Testimony
ResumoUsinas nucleares, com sua promessa de energia a baixo custo e sem limites, são arquetípicas do progresso da modernidade. Ao reconhecermos os limites do progresso industrial e do capital baseado no crescimento, lugares onde o sonho acabou, cujos habitantes estão encontrando modos de vida em meio à transição oferecerem ontologias práticas emergentes baseadas em manutenção, bricolagem e necessidade. Através de um estudo de caso da cidade atômica de Visaginas, na Lituânia, este artigo aborda a questão sobre como dar conta das formas de vida que surgem em um contexto de esgotamento da alta modernidade. Aqui, infraestruturas operam como recursos culturais e materiais residuais para ontologias práticas e para a construção do mundo pós-progresso. Com base em uma discussão sobre a estética política da infraestrutura, sugiro que sua transição ontológica envolve o que Mark Fisher descreve como a “memória de futuros perdidos”, um futuro anterior que, através dos restos de conexões materiais, de tecnoculturas ede memória cultural fornece limites e condições para formas de vida emergentes “pós-progresso”.
Referência(s)