
Máquinas poéticas: tradicional e contemporâneo, o jogo acadêmico e randômico de duas poetas em torno de Uma mulher...
2023; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO; Volume: 14; Issue: 28 Linguagem: Português
10.35520/flbc.2022.v14n28a47819
ISSN1984-7556
AutoresMario Cesar Newman de Queiroz,
Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoEste trabalho trata da associação de duas experiências poéticas a partir do mote “Uma mulher...” Em 2017, Flávia Péret realizou o experimento de um site-poema randômico que se iniciava a partir do mote: “Uma mulher...” Tudo o que vem depois é da criação mais livre, das associações algorítmicas inusitadas. Poesia digital autêntica, logo foi tomada como mote, como tópica, como campo de citações, por Rita Isadora Pessoa, no livro Mulher sob a influência de um algoritmo (2020 [2018]), perfazendo um jogo das antigas academias de poetas. O que se busca aqui é trazer uma breve reflexão sobre a superposição de procedimentos contemporâneos e tradicionais nesse diálogo poético em torno de dizer ou definir “Uma mulher”. Nesse jogo poético, ocorre a negação radical do modo de subjetivação por individualização, quer pelo disparar maquínico do algoritmo em poema-site, quer pelo decalque entre poetas, quer pelo esforço em trazer para o meio impresso uma realidade algorítmica, quer pelas estruturas moldáveis, realocáveis, interconectáveis em rizoma. Agenciamento coletivo de enunciação. A presença consciente da mão autoral é afastada e novos modos de sensibilidade, novas concepções conceituais são exigidas na recepção de Uma mulher... Mas a afirmação da natureza plural da mulher, presente nesse agenciamento coletivo de enunciação (Péret-Pessoa-Pessoa-Péret), é ainda uma resposta dentro do “teatro” edipiano da castração? Ou, mais do que apenas responder à questão da mulher, se põem novos modos de subjetividade?
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