Artigo Acesso aberto Revisado por pares

MEGAESÔFAGO CONGÊNITO EM CÃO – RELATO DE CASO

2023; Faculdade Novo Milênio; Volume: 16; Issue: 02 Linguagem: Português

10.54751/revistafoco.v16n2-029

ISSN

1981-223X

Autores

Arlinda Flores Coleto, Lígia Fernandes Gundim, Patrícia Tivelli, Matias Pablo Juán Szabó, Alessandra Aparecida Medeiros‐Ronchi,

Tópico(s)

Congenital Heart Disease Studies

Resumo

O objetivo deste trabalho foi relatar o caso de um cão, mestiço, de dois meses de idade, atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) com histórico de emagrecimento progressivo, diarreia e vômito. Ao exame clínico, foi observado mucosas pálidas e sopro grau IV em foco mitral. Foram realizados exames radiográficos simples e contrastados e, posteriormente, atribuído o diagnóstico de megaesôfago. Devido a complicações posteriores, o animal foi submetido à eutanásia e encaminhado ao Departamento de Patologia Animal - UFU. À necropsia, foi visualizado cordão brancacento cilíndrico com origem no coração, comprimindo traqueia e esôfago. Acima dele, observou-se dilatação esofageal com presença de líquido leitoso. O megaesôfago foi atribuído à persistência do arco aórtico direito (PAAD). A PAAD é considerada a alteração de anel vascular mais comum em cães. Em animais jovens, caracteriza-se por ser a principal causa de disfagias e dilatações do esôfago. Durante a embriogênese, há formação de diversas estruturas vasculares, entre elas os arcos aórticos. Em condições fisiológicas, o arco aórtico esquerdo persiste ao nascimento e dá origem a aorta descendente. Se o arco aórtico direito não regride, é este quem dará origem a aorta, se posicionando à direita do esôfago e traqueia. O ducto arterioso que regride ao fim da formação fetal em ligamentum arteriosum, transpassa o esôfago, causando compressão a nível da base cardíaca e dilatação cranial do órgão. Apesar de pouco frequente, o megaesôfago congênito por PAAD deve ser considerado como diagnóstico diferencial no caso de cães jovens com disfagia. Alterações congênitas dos anéis vasculares, caso não corrigidas, possuem prognóstico desfavorável.

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