
Entrevista com Amadou-Mahtar M’Bow
2022; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 17; Issue: 34 Linguagem: Português
10.11606/issn.1980-4466.v17i34p164-187
ISSN1980-4466
AutoresVinícius José Mira, Fernando Cesar Sossai, Diego Finder Machado,
Tópico(s)African history and culture studies
ResumoO senegalês Amadou-Mahtar M’Bow teve uma trajetória profissional muito ligada à questão cultural. Geógrafo de formação na Universidade de Sorbonne, M’Bow foi militante pela independência de seu país e se tornou Ministro da Educação no período de governo autônomo do Senegal, em 1956, à época em vias de se tornar independente. Nos anos seguintes, Amadou-Mahtar M’Bow passou a atuar na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), como represesentante do seu país no Conselho Executivo. Também presidiu a Comissão do Programa e das Relações Exteriores do Conselho Executivo de 1968 a 1970. Em 1970, tornou-se Diretor Geral Adjunto de Educação, além de ter sido o Diretor-geral da Unesco entre 1974 e 1987. No rico depoimento de M’Bow, vários aspectos da Convenção do Patrimônio Mundial são mencionados. Destacamos o testemunho das primeiras missões da UNESCO para proteção do patrimônio cultural, que acabariam ajudando a amadurecer a noção de um patrimônio cultural que pertence a toda a humanidade. M’Bow também destaca os desafios que a Convenção teve que enfrentar, em particular na conservação de monumentos ameaçados, conforme mencionado no depoimento quanto ao caso da Acrópole de Atenas, da cidade de Veneza e do centro histórico de Varsóvia. No que diz respeito aos sucessos e fracassos da Convenção, M’Bow menciona o caso bem-sucedido da indicação de Brasília, como uma ampliação da noção de patrimônio, e o insucesso no caso dos Estados-membros que não levam tão a sério a conservação dos seus bens.
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