
Raça e gênero na desigualdade social
2022; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS; Volume: 4; Linguagem: Português
10.20396/rbest.v4i00.17381
ISSN2674-9564
Autores Tópico(s)Rural Development and Agriculture
ResumoNota-se o recente protagonismo de mulheres negras na televisão, em ambientes acadêmicos e em movimentos políticos, artísticos e culturais das periferias. Apesar dos enormes obstáculos, elas avançam. As cotas ampliaram bastante o acesso dos negros e indígenas ao ensino superior, gradativamente propiciando o surgimento de lideranças intelectuais e profissionais em populações historicamente marginalizadas. Este estudo inicialmente foca a ascensão social das mulheres negras nos marcos do vigoroso progresso social que, grosso modo, vigorou de 2004 a 2014. Em seguida, analisa os impactos da crise recente, destacando a retração a partir de 2015 e o desastre de 2020. Na sociedade brasileira, onde predomina o individualismo exacerbado, a mobilidade social está associada ao padrão de consumo. Apesar da profunda desigualdade, do descaso social do Estado e das generalizadas carências da maioria da população, a aquisição de bens e serviços indica melhoria nas condições de vida. Se a ampliação do consumo é significativa e persistente, as pessoas pobres podem ser convencidas de que subiram de classe social (ascenderam à classe média), ainda que em grande parte permaneçam nas mesmas condições estruturais. Nos últimos anos, a temática racial e as questões de gênero têm merecido crescente espaço nos meios de comunicação. Entretanto, ficam ocultas as verdadeiras causas da enorme desigualdade social no Brasil.
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